segunda-feira, 19 de abril de 2010

laços

"... Há semanas ela vinha pensando naquela conversa que ocorrera na segunda. Cada palavra soara como um objeto pontiagudo perfurando cada camada de pele, lentamente, sem anestesia, dor física confundindo-se com a psicológica.
Chegara a conclusão que laços sempre fizeram isso com ela. No começo, o êxtase do inovador, do diferente, tomando conta de cada célula do seu corpo. Depois, a responsabilidade da escolha, pacto, seja lá que denominação devia receber. Era eterno, sabia, e sabia antes de sê-lo. Poderia ter evitado, mas a segurança é o próprio perigo, suprimia a dose extra de adrenalina.
Tarde demais. Depois que duas almas entrelaçam-se é tarde demais. Como duas coisas sem forma, compostas de, quem sabe, luz e ondas, romperiam-se ? Talvez uma resultasse maior que a outra depois da divisão, achava que era isso mesmo que ocorrera. Por isso sentia-se oca - em parte. Aquela outra alma havia levado um pedaço da sua. Não acontece em qualquer amizade, além da escolha havia a compatibilidade, como enzimas de restrição. Tivera sorte em ter os dois, e ficara feliz em saber que uma fatia sua estaria sempre com alguém que já fora, um dia, inteiramente seu ..."

2 comentários:

  1. Esse post me fez lembrar uma conversa que tive há algum tempo atrás.
    Doeu, mas agora passou...
    Beijinhos :*

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  2. adorei de primeira pelo nome do blog ^^

    Muito bom. adoro Los Hermanos haha.

    Ótimo o post (:
    Beijos doces.

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