quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Natal...


É, chegou a época mais esperada do ano: natal - mas há quem odeie. Mesmo não tendo aquele velho natal de criança, eu ainda gosto. Gosto, porque é a melhor época para sonhar, coisa que adoro fazer. Adoro observar as pessoas na rua e imaginar como passarão sua noite de natal, se haverá uma reunião, olhinhos brilhando, música, solas de sapato no piso de madeira, corações partidos de saudade, corações recompostos por reencontros, casa cheia, luzes acesas, árvores rechonchudas de enfeites, biscoitos no forno hahahaha ( menos ).


Adoro passear na rua e ver aquelas pequenas luzinhas vermelhas piscando para mim, isso mesmo, para mim, como se não houvesse outra coisa a fazer: só observar as pequeninas luzes feitas pra mim. As músicas de sempre, e aquele cheiro natalino típico. Penduricalhos nas portas, e coraçõezinhos incontroláveis. Conheço várias pessoas que não gostam dessa época, seja por qualquer motivo. Confesso que o único sentimento negativo que carrego é a saudade. De resto, tudo é positivo. Gostaria de embalar pequenas porções de magias em saquinhos e distribuí-los, e que as pessoas aceitassem, como se fosse normal receber sentimentos empacotados. Gostaria que sentimentos fossem empacotáveis. Não tenho o melhor natal do mundo, mas tento me ajustar. Creio que 1 mês de sinos e árvores coloridas aquecem meu coração e preenchem meus desejos de natais animados.


Ps: sentimentos empacotados para todos neste natal :D

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Às pessoas maravilhosas que ainda não conheci

As aparências enganam. Sim, é com esse clichê que, hoje, inicio meu texto. Clichê, mas não deixa de ser verdadeiro. Quem nunca julgou um livro pela capa que atire a primeira pedra. E o mais angustiante é saber que na maioria das vezes preferimos esperar menos do desconhecido. Um péssimo hábito. Quando conhecemos alguém e passamos a gostar dessa pessoa , temos ótimas expectativas, fazemos planos, definimos cada passo que será dado, cada decisão tomada, e sempre esperamos o melhor. Quando não conhecemos, e, de imediato alguma característica negativa – ao nosso ver - nos chama a atenção, passamos a moldar mentalmente todos os supostos defeitos dessa pessoa, pendendo sempre pro pior. A verdade é que não suportamos a idéia do misterioso ser bom. Não suportamos saber da existência de alguém maravilhoso e não termos tido o conhecimento prévio. Delimitamos as barreiras e escolhemos as fraquezas que achamos combinar com aquele rosto, tomando todo o cuidado para não exagerar no maniqueísmo, e se for preciso exagerar, sempre pro pior. Mas aí, por uma faceta do destino, um acaso, conhecemos essa pessoa, e passamos a idolatrá-la, e nos recriminar por termos sido tão severos e criteriosos na definição, nos sentimos péssimos por àquela tola idéia, e juramos que nunca mais se repetirá – até a próxima esquina. Vai ver que isso é do ser humano mesmo, rotular, expor e impor opiniões infundadas pelo fato de acharmos. De simplesmente acharmos.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Vivacidade


Desde pequena, ainda quando mal sabia multiplicar dezenas, descobriu que gostava de intensidade. Cresceu e, milagrosamente, não mudou de idéia. A intensidade sempre fez parte de sua vida, mesmo que, às vezes, de forma indireta. Quando, finalmente, achou que havia se enganado, lá vinha ela de novo, provar seu destino. Todos os dias, ao acordar, pedia ao Ser que regia o mundo a mesma coisa: vivacidade. Não aceitaria de forma alguma uma vida mediana, aliás, não suportaria tal vida. Sabia que havia algo mais lá fora, e queria provar de tudo, porque o tempo era curto e não perdoava. Não aguentava escutar histórias melancólicas de pessoas mornas, e achava absurdo quando as mesmas não se lamentavam por isso. Não estou dizendo que era um exemplo de alegria, não era, e agradecia por isso. Viver ultrapassava esses parâmetros invariáveis, e odiaria se tivesse que permanecer a mesma. Gostava mesmo era das diversas emoções que, felizmente, estavam ao alcance de todos, mas que nem todos sabiam. Como é triste ter tudo e não saber usar, é como uma criança que tem brinquedos mas não tem amigos: são só duas mãos para a infinidade. Ao final, restava aceitar esse comportamento - e o seu, em segredo, levava como um presente.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Final da fila

Bem vindo ao mundo.

Escolha um nome. Escolha uma escola. Escolha amigos. Escolha um esporte. Escolha cursos. Escolha uma língua. Escolha a cor do quarto. Escolha roupas. Escolha um animal de estimação. Escolha dois. Escolha uma fruta preferida. Escolha flores. Escolha um perfume. Escolha as melhores amigas. Ache um amor. Dois. Escolha um presente. Escolha uma viagem. Escolha outra escola. Escolha permanecer em um esporte. Ache uma profissão. Escolha uma cidade. Escolha uma nova casa. Escolha os móveis. Escolha os livros. Escolha bolsas. Escolha pessoas novas. Escolha filmes. Escolha músicas. Escolha lugares para frequentar. Escolha uma comida. Escolha um doce. Seja doce. Escolha cortinas. Escolha uma letra. Escolha lápis-de-cor. Escolha relógios. Escolha um corte de cabelo. Escolha um celular. Escolha festas. Escolha dançar. Escolha um sonho. Escolha menos distância. Escolha sorrir. Escolha tapetes. Escolha desenhos. Escolha porta-papéis. Escolha bichinhos de pelúcia. Escolha ideais. Escolha escrever. Escolha correr. Escolha sorvetes. Escolha abraços esmagadores. Escolha beijos na testa. Escolha uma vida.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

As aventuras de Alice no País das Maravilhas

"De nada vai servir que eles ponham a cabeça e digam aqui para baixo: ‘Volte, querida!’ Eu olharei para cima direi somente: ‘Quem sou eu, então? Respondam-me primeiro, e então, se eu gostar de ser essa pessoa, voltarei; se não, ficarei aqui embaixo até que eu seja outra’."

sábado, 3 de outubro de 2009

mapas


Estava me sentindo estranha, querendo "me descobrir". Logo eu que nunca fui organizada nem com minha gaveta de meias, queria organizar minha vida, estabelecer prazos para qualquer ação, eu que nunca disponibilizei um tempo significativo pra achar respostas que eu sabia que viriam com o tempo, e que mesmo se eu ficasse horas e horas nunca teria nada como absoluto, me vi confusa, querendo delimitar cada passo. Tá, e como eu não sou dona da razão pra sempre saber como agir, deixei me levar pra ver aonde chegaria.

Sei que mesmo quem tem a certeza de "se conhecer" sempre se surpreende com alguma atitude, o que é completamente natural, porque o ser humano é feito disso mesmo: ideais e um punhado de magia, e é essa magia a qual proporciona essa dualidade de pensamento em mim; é um misto entre querer desvendar o ser humano ( uau ) e ao mesmo tempo não querer, seja por medo ou por ser simplesmente normal deixar que as coisas aconteçam sem planos. Também sei que já disse várias vezes que a graça é o mistério, mas é bom, às vezes, saber onde você pisa e saber o que você quer. Só às vezes.

Passei alguns dias com essa idéia louca de querer mapear meu cérebro, e com a mesma rapidez em que decidi fazer isso, desisti, e fiquei com vontade de rasgar todas as tentativas de mapas já feitos por mim, até porque ainda não descobri ninguém que tenha feito um com todas as coordenadas corretas, sem desvios de rotas, sem estradas obstruídas. E se for pra ter de ficar com um mapa incoerente, com atalhos repentinos, prefiro ficar sem. Aceito, no máximo, uma advertência, uma plaquinha escondida nos arbustos pra me dar uma noção - afinal, ninguém é louco de querer passar a vida toda no subjetivismo. Mas é só isso que me permito saber, só até onde vai o final da rua, mas não a cidade inteira.

domingo, 20 de setembro de 2009

cavalos-marinhos


"Olha só o que eu achei: cavalos-marinhos." Trecho de Vento no Litoral - Renato Russo


Bom, há muito tempo que não escrevo nada, e não é pela falta de tempo ou tema, é pela falta de paciência de pensar em algo e organizar em forma de texto. O fato é que eu queria falar sobre fé+esperança, mas acabei decidindo só falar. Nada de temas pré-estabelecidos hoje. Enfim. tô numa fase bem estranha, já passei por isso antes, mas não queria que fosse agora. Não me suporto dessa forma. Parece que eu tô cansada de tudo, sendo que eu não tenho motivos pra isso. Não tô fazendo nada. Não tô estudando como no 1º semestre, e não tô saindo. Eu simplesmente estou vegetando, e com o vestibular chegando não sei o que devo fazer. Às vezes penso que é normal, tipo aquele negócio de a-ficha-não-caiu. Mas tenho medo de continuar assim por muito tempo, e jogar fora 1 ano por causa de 2 meses. E foi aí que eu cheguei a conclusão de que eu só precisava de um motivo pra sair dessa inércia, e que depois disso o movimento me levaria, como sempre foi. Precisava de um recomeço. Como os cavalos-marinhos.




Espero que o pequeno motivo sirva.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

quero ser feliz...

...ao menos.

Às vezes a gente se acomoda demais à alguma situação, sempre pensando: "um dia melhoro, um dia melhoro" e chega um dia que a gente descobre que nunca vai chegar esse dia, e aí a gente vê que não vai melhorar, e que mesmo se quisesse melhorar não ia mais ter a chance de melhorar. "Dizem que não há nada com que você não se acostume", e você se acostuma a adiar planos, e o comodismo é tão doce e envolvente que é bem provável que o absorva, e aí busca-se uma saída, uma brechinha, como se estivesse num túnel com água até o topo e uma mínima linha horizontal de 8 centímetros de ar; você tem de ficar com a cabeça inclinada tentando deixar só a boca pra fora, mas vez ou outra você engole um pouco d'água; você fica e tenta e resiste por um determinado período, mas depois aquilo te consome de uma forma que não vale a pena lutar por mais 3 horas ou 5 segundos. E é assim mesmo que acontece: quando pressionado você quer voltar atrás, e tenta, mas chega a um ponto que você sabe que isso só vai durar mais 1 mês ou 1 dia. E aí vem o arrependimento, que é uma das piores sensações que alguém pode ter, a certeza de que você não foi suficiente para algo, que foi pouco. E o pior é quando você sabe que pode, que é suficiente, mas que não demonstrou como deveria. Se a gente soubesse antes que um pouco de esforço a mais mudaria tanta coisa... Mas quando se depara, diz: Como que eu deixei chegar nisso ? Consoante o tempo passa, percebemos que apesar das falhas sempre vem o bônus: experiência, sabedoria, prática, e aí não se lamenta mais por aquilo que passou. Às vezes até se agradece pelo que aconteceu: afinal, só podemos equiparar algo se tivermos mais de uma unidade, então temos de ter mais de uma delas de experiência. Eu tinha um final legal mas a Melissa me roubou quando entrou no meu quarto pra conversar.


PS: por favor, não tentem tirar conclusões pq duvido muito que alguém entenda, aliás, tirem-nas, mas esqueçam-nas tão breve quanto.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

regresso

"As muitas cidades do Egito peregrina
para aprender, para aprender dos doutos
Tem todo o tempo Ítaca na mente
Estás predestinado a ali chegar."


Se alguém entender.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

7 letrinhas

Estava pensando com meus botões, lembrando de cada mínimo detalhe de um passado recente, e me bateu saudade. Saudade da minha antiga escola, do treino de basquete que eu amava, das minhas amizades, principalmente das minhas amizades. Conservo muitas delas com o maior cuidado, às vezes tenho vontade de colocar numa caixa e lacrar para que não haja possibilidade de perda - nem parcial -, de tão preciosas que são para mim. Tenho saudade até de coisas que nunca vivi. Quando eu ia a pé pro basquete só pra poder sentir o cheiro de uma casa (?) que ficava no caminho, de ficar reparando em pessoas desconhecidas e ao mesmo tempo almejando fazer parte de suas vidas para saber se o que vejo é tão bom quanto me parece ser, e mesmo que não fosse, queria compartilhar todos os momentos bons com todas as pessoas que passam por mim. Chega a ser doentia a necessidade que tenho de, supostamente, pertencer às pessoas de forma ímpar, mesmo que por um instante.
Queria poder voltar ao momento em que conheci as pessoas mais importantes da minha vida, as quais amo inexplicavelmente, momentos que amei inexplicavelmente. É tão injusto e ao mesmo tempo natural, aceitável e triste. Há momentos em que sei que morrerei de saudade, os quais nem aproveito devidamente por causa da dor antecipada que sinto em saber que jamais voltarão. Mas é por isso mesmo que foram bons, porque foram únicos, porque não voltam, indiferentes à duplicação. Só na memória. E às pessoas que fizeram parte desses momentos: obrigada. Afinal: nasci pra solidão, tô só brincando com o destino.

E, então, alguém disse: a saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar.




Mas não volta.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

escolhas


Há dias ando pensando sobre as escolhas e como algumas delas são cruciais e irrevogáveis, e pior: como suas consequências são difíceis. E se não bastasse
você ter que tomar decisões que te envolvam exclusivamente, imagina quando estas envolvem outras pessoas. Ou melhor, quando a escolha é a "própria pessoa". Quando temos que escolher entre esse 'alguém' e 'você', qual seria o critério que definiria o lado ? Se todos fôssemos optar por um lado, que fosse preferível escolher o próximo. Por vários motivos, até pra ser "certinho". Soa muito mais heróico.


Mais além, e quando as catalogam em certas e erradas ? Quando você tem que escolher entre o sorvete e o chocolate, sendo que sua escolha nao afetará em nada o outro ?

Será se existiria o certo nesse quesito ? Se não existe, porque muitas pessoas insistem em dizer que você erra, quando na verdade nem a possibilidade de errar existiu nessa escolha ? Acho que a palavra "erro" não se emprega corretamente nesse caso. O erro deve ir além, tem muito peso pra usar assim, aleatoriamente. Deveríamos dizer: foi uma escolha menos favorável, ou foi uma escolha impulsiva, mas errada, não.





PS: começo do período de consequências das minhas escolhas.


domingo, 5 de julho de 2009

ei

"descuidei, dele
quase larguei
quis deixar cair.
mas não deixei
peguei no ar
e hoje eu sei
sem você sou pá-furada.

ai, não me deixe aqui
o sereno dói
eu sei, me perdi
mas êi, só me acho em ti."




domingo, 28 de junho de 2009

oi

"Dar de si o melhor que se tem em favor de uma crença, ou de uma causa é, talvez, a forma mais alta de receber. O lucro, para os que atendem ao chamado de uma missão, não se traduz no auferimento de vantagens, mas na alegria consoladora de servir e realizar-se. Enganam-se os filisteus quando medem o sucesso na vida pelo sucesso no mundo. Bom é ser fiel a si mesmo, subtrair do malbarato da vida as riquezas interiores do sentimento. Dar de si, sem trair a si, eis a questão. Ninguém empobrece quando dá sem receber, pois ninguém tira o que Deus concedeu. O que se perdeu não era nosso; a gente só perde aquilo que não se tem".
(Desembargador Mário Moacyr Porto.)



Eu sempre admirei muito as pessoas que dão tudo de si sem cobranças, quando o prazer de servir anula qualquer sentimento que exija a troca. Sempre admirei, mas quase nunca – achei que ‘nunca’ ficaria muito pesado – fui assim. Por diversas vezes conversei com alguns amigos sobre tal assunto, sobre o quanto almejo algum dia chegar, pelo menos, bem perto disso, e no mesmo momento vi quão longe me encontro desse objetivo, porque eu simplesmente travo. Travo, e permaneço assim até que alguém tome alguma atitude a respeito. Às vezes meu desejo ultrapassava até a vontade de servir sem ter a certeza da resposta: eu não queria a resposta. Achava que quando atingisse esse estágio eu me tornaria livre, imune à indiferença, mas foi aí que comecei a pensar, quando há uma completa ausência de sentimento de alguma parte o prazer em oferecer ainda existe ? Será que existe alegria em ser assim, “masoquista” ? Bom, considerando todos os tipos de pessoas que há no mundo com certeza deve existir. Contudo, se existe mesmo alguém que sinta satisfação em doar-se por inteiro, mesmo sem obter qualquer resposta da outra parte, essa pessoa já lucra. Acredito cada dia mais que o homem realiza tudo aquilo que de alguma forma oferece retorno, e a atitude altruísta seria, então, uma ‘farsa’, pois se algum benefício oferecesse não seria completamente feita sem uma visão recíproca. Portanto , mesmo inconscientemente, nós tiramos algum proveito das ações que realizamos, mesmo que o retorno não seja direto (apesar disso devemos praticá-lo, pois sempre encontraremos uma falha e dentre tantas, essa é a mais aceitável); acho que a 3º lei de Newton não se aplica de melhor forma que essa. E apesar da dor que poderia proporcionar e a incerteza do “fim não compensar o meio” seria interessante ter uma experiência assim, pra comprovar a teoria.
Às vezes, queria voltar a pensar assim, e não enxergar tudo como benefício mútuo; poder dizer: vale a pena se doar às pessoas, de verdade.

ps: ninguém vai entender.

sábado, 27 de junho de 2009

eu

"Às vezes, se você dá corda demais no relógio, ele não desperta...
Charlie Brown: Somos todos um pouco assim, Sally. "


Me deram corda demais...

domingo, 21 de junho de 2009

Cultura

Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um conceito desenvolvido inicialmente pelo antropólogo Edward Burnett Tylor para designar o todo complexo e metabiológico criado pelo homem [1]. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Se refere a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identifica uma sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.


Bom, há uns dias um professor do meu cursinho resolveu criticar um gênero musical que, obviamente, não o agrada muito, e aí eu comecei a pensar ( haha ) como os gostos variam – ainda bem – e como é da “natureza” do ser humano criticar tudo que não o convém, que não faz parte do seu ciclo. É aí que entra a cultura. E como cultura, não podemos criticar, pq é uma grandeza “adimensional”, não tem unidade de medida. Cada sociedade possui um tipo de costumes e crenças e não devemos de forma alguma criticá-los, mesmo que não concordemos com eles. Hipoteticamente, digamos que uma pessoa odeie “forró” e aprecie outros tipos totalmente opostos. Essas pessoas – com exceções, claro – tendem a criticar a letra, o ritmo, o ambiente, tudo que envolve a música. Esse raciocínio tende a se unir com outra concepção, sobre a influência do meio na vida de uma pessoa; como já dizia Rousseau: “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Isso explica quase todo comportamento humano, até porque muitos homens-bomba entregam suas vidas em nome de uma religião. Tudo isso está inserido na cultura, no meio de um povo. Se você foi criado em um ambiente que estimula esta prática, nada mais natural se adaptar e fazer parte dela. Você nasce, cresce e passa parte da vida num local com certos costumes, e quando descobre que o resto do mundo se opõe você acredita que eles que estão errados. Quando nossa visão é limitada queremos inserir tudo na nossa forma de pensar, o que não é coerente, considerando as 6 bilhões de pessoas no mundo com 6 bilhões formas de pensar. Nós, por exemplo, que temos um ideal antagônico em relação à tal ato ( suícidio por “justa causa” ) achamos aquilo absurdo. Veja: não estou fazendo apologia à nenhum tipo de suicídio, mas sim tentando entender pq existem pessoas assim e pq elas não se acham erradas. Não temos nenhum direito de tirar a vida, não importa o que essa pessoa fez. Temos o direito de castigá-la, de puni-la. Devemos saber distinguir de forma inteligente a tênue linha que une a cultura à loucura.E aí você me pergunta: mas não é loucura tirar a vida de alguém só pq vc acredita verdadeiramente que esse é o certo? Não cabe a mim responder essa pergunta, pois o q defendo não é a ação e sim a interferência de um ambiente repleto dessas ações na vida de uma pessoa, até pq se um homem bomba decide se matar é pq ele não concorda com outra cultura, e é justamente nesse ponto que quero chegar. Num mundo globalizado, “totalmente” ligado, e o homem como um ser social, a homogeinização parcial tem de estar presente, mas sem que um povo perca sua identidade. Refiro-me a homogeinização parcial como uma forma de saber mais sobre algo e respeitar e não de tornar tudo igual. Acho q isso resolveria boa parte dos problemas atuais ( pode até ser ingenuidade minha pensar assim, mas se for preciso de um pouco de ingenuidade para amenizar grandes problemas... que seja. )

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz



"E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar."


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quinta-feira, 18 de junho de 2009

A útima grande lição



“- Que foi que eu lhe disse sobre a tensão dos opostos? – ele pergunta.

- Tensão dos opostos?

- A vida é uma série de puxões para a frente e para trás. Queremos fazer uma coisa, mas somos forçados a fazer outra. Algumas coisas nos machucam, apesar de sabermos que não deviam. Aceitamos certas coisas como inquestionáveis, mesmo sabendo que não devemos aceitar nada como absoluto. Tensão de opostos, como o estiramento de uma tira de borracha. A maioria de nós vive mais ou menos no meio.

- Parece luta-livre - pondero.

- Luta-livre - ele repete, e ri.

- É. Pode-se definir a vida dessa forma.

- E que lado vence? – pergunto.

- Que lado vence?Ele sorri para mim, os olhos enrugados, os dentes tortos.

- O amor vence. Sempre.”

Esse é um dos trechos preferidos de um dos meus livros preferidos. Fico impressionada com a excessiva carga de sabedoria – se é que pode haver algum excesso em sabedoria – que cada período acima possui. Afinal, o que é a vida se não uma tensão de opostos ? Vivemos sob extremos, tomando decisões cotidianas que juntas moldam nosso caráter, o rumo da nossa vida; e além de tudo isso temos que lidar com as conseqüências dessas decisões, as quais nem sempre correspondem com nossos planos. E a parte mais difícil é essa: quando algo não sai de acordo. Difícil mas prazerosa, pois que graça a vida teria se tudo fosse previamente calculado ? Bom mesmo é procurar soluções repentinas, nos deparar com situações inusitadas, que nos motivem a pensar, a crescer. Que esse lado sempre prevaleça :)

E quanto ao amor, esse sempre vence mesmo e pronto. Mesmo sabendo que não devemos aceitar nada como absoluto.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Tardes precedentes ao vestibular

Sempre gostei de escrever, mas nunca expus meus pensamentos em "blogs", talvez pelo fato de não ter segurança no que escrevo, ou pela forma de como irão reagir ao ler, ou mais ainda pelo angustiante prazer que sempre tive em não compartilhar o que penso, me deliciando de forma singular com as diferentes opiniões que formo sobre cada assunto (?). Primeiramente não gosto de definir um tema, até porque o que escrevo, felizmente - ao meu ver - é muito abstrato, minhas opiniões sobre um determinado assunto variam com muita facilidade, e acabo me perdendo - e gostando, mas há quem não goste da contradição. Sempre admirei pessoas com facilidade de se expressar e de se fazer entender. De que me adianta dizer o que penso se outras pessoas não compreendem ? Esse é meu medo. Como as palavras são poderosas. O dom que mais admiro numa pessoa é a afinidade com as palavras, como queria poder persuadir através delas :) Quão bonito torna-se um texto pela organização das mesmas. Os vocábulos que aqui utilizo podem ser os mesmos de outras pessoas, mas quanta diferença e personalidade eles ganham ao se alinharem. Comparo-as à combinação numérica em matemática. Os mesmos números, e tantas combinações. Algumas tornam-se praticamente ( não gosto de generalizar ) indecifráveis. Contudo, acho que a forma mais clássica de começar um blog é falando de si. Portanto, com meu 'humor' mutável, resolvi determinar um tema, e se fugir, bem, vocês foram avisados. Falarei brevemente sobre mim, mesmo não sabendo como descrever-me bem. Malditas inconstantes em minha vida. Houve um tempo em que as palavras fluiam docemente dos meus dedos, e a dificuldade de expressar-me (quase) não existia. Mas, vejo por hoje, que isso mudou. Apesar de me expressar (emoções) mais facilmente virtualmente, sou muito mais prática pessoalmente. Deve ser porque pessoalmente eu vou falando, não penso muito. Ou penso, mas não tem como voltar atrás se tiver falado algo inapropriado. Me contradigo, corrompo meus pensamentos, mudo de opinião - mas nunca de ideais. Já me perguntei porque sou assim; porque digo que gosto de verde e no mesmo instante não gosto mais. Por odiar tanto inconstantes, acabei me tornando uma, mas creio que a minha instabilidade não prejudica ninguém, diretamente.
Bom, me mudei há mais ou menos 8 meses pra uma cidade que não gosto muito, mas foi a única opção que tive pra"seguir" um sonho. Me sinto muito sozinha e, sinceramente, nunca pensei que sentiria tanta falta de casa; logo eu, que sempre falei mal do meu interior do Maranhão, que não via a hora de morar na civilização hauehaha. Sinto muita falta dos meus pais, meus irmãos ( bocós ), e dos amigos... Ah, os amigos... Apesar de todo mundo falar que eu sou uma pessoa muito fria, estranha e complexa, eu sempre gostei do carinho dos meus amigos, apesar deles não saberem ( abraços liberados, galera ).O que acho estranho é o fato de demonstrar toda hora, não vejo necessidade; mas o ser humano é assim mesmo, né ? Só nós sabemos o que nós pensamos. Parece óbvio, mas na prática a gente esquece disso, e acaba cobrando dos outros o que nós mesmos não oferecemos. Egoísmo ? Talvez. Acho o cérebro uma coisa magnífica, toda aquele "mistério" que envolve as ações, tantas coisas ainda não descobertas... É justamente por isso que agimos dessa forma. Não sabemos o que se passa com a gente, quanto mais com as pessoas que nos rodeiam. Temos medo, medo de não correspondermos às expectativas, medo de sermos enganados. E foi por esse medo que me tornei assim:bicho do mato. Então, minha rotina mudou totalmente, minha vidinha bitolada de Imperatriz, de ir à escola todo dia, dormir à tarde, msn à noite, resolver alguns poucos mínimos exercícios, ir ao basquete ( paixão ), cinema no final de semana... Minha vida mudou do vinho pra água. Aqui tudo é mais difícil, o dia a dia é frenético, quase não tenho tempo livre, exceto pela aproximação das férias, que me permite um tempo livre um pouco maior comparado ao começo do ano. Se soubesse antes da intensa carga de estudos que as pessoas daqui tem tinha me mudado antes - ou talvez nem tivesse vindo esse ano haha. Foi doloroso partir e me acostumar, mas como tudo na vida é feito de mudanças, cá estou eu. Mais feliz que alguns meses atrás, mas contando os dias pra voltar pra "minha cidade".Vou ficando por aqui, e no próximo capítulo irei relatar mais sobre minhas aventuras na terra do technobrega :)

Hello Sunshine

Só pra dar um oi mesmo.